domingo, 13 de julho de 2014

Desencanto



Passamos pela vida nos encantando e desencantando todo o tempo. 
Construímos imagens,  damos formas, colorimos e até nomes damos, 
mas não lembramos de nos resguardar dos efeitos do tempo, 
dos excessos de zelo, das carências infindáveis! 
Vem a ferrugem e se deposita um pouco aqui e ali. 
A tinta descasca, as cores desbotam e quando vemos... 
o desencanto já se instalou. 
Nada mais é bonito. Nada mais brilha tanto. Nada mais nos envolve. 
Nada mais nos empolga como antes. 
Temos vontade de abrir a porta e colocar pra fora. 
Escancarar janelas e desafogar por dentro. 
A despeito de fazermos isso ou não, 
seguimos nos desencantando com situações, pessoas, sonhos, ideias.
Deixando que se quebrem os sentimentos originais e também os cultivados, 
incluindo os inoportunos.
Depois de tantos pedaços misturados, tentamos continuar o caminho 
com um sorriso falso no rosto, uma lágrima escondida no peito 
e um grito engasgado na garganta. 
Sem olhar espelhos, sem confrontar o tempo, 
sem perceber os espaços que ficaram num coração sem nada, 
como uma casa sem móveis; inútil, sem função, sem atrativos 
e sem vida.  

__Val Zamp__  

17-05-14




2 comentários:

  1. Bom dia, Val.
    Quando esse desencanto instala-se em nossa mente, no nosso coração, é algo no mínimo preocupante.
    Toda a graciosidade de dias atrás parece que foi desintegrada e o que fica em nosso rosto é uma apatia, um querer que tudo volte a ser como antes, mas como isso não é possível, vivemos do jeito que podemos e seguimos adiante.
    Assim, é a nossa existência, procurando sobreviver meio ao caos.
    Ninguém espera e nem sabe quando o desencanto surgirá, é feito doença silenciosa.
    Parabéns.
    Tenha uma semana de paz.
    Beijos na alma.

    http://redescobrindoaalma.blogspot.com.br/

    http://carinhosemselosdosamigos.blogspot.com.br/2014/07/interagindo-na-blogagem-coletiva-das.html

    http://refugio-origens.blogspot.com.br/2014/07/mudas-metaforas.html(blog onde escrevo nos dias 09 e 23 de cada mês.

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    1. É verdade, Patrícia. Ele chega como doença silenciosa e nos oprime com intensidade. Ainda bem que não demora. Ainda bem que se vai; se bem que volta. Sempre volta. Um beijo e obrigada. :)

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